A escassez de água para irrigação emerge como uma questão crítica, não apenas para a produção de alimentos, mas também para a equidade social no campo. Em seu mais recente artigo, o pesquisador Lineu Neiva Rodrigues aborda os desafios enfrentados pela agricultura irrigada no Brasil e os impactos dessa restrição no desenvolvimento econômico e social.
A água é essencial na vida, é um recurso cujo o acesso deve ser equitativo. No entanto, as políticas de outorga têm limitado significativamente o acesso à água para irrigação, aumentando as diferenças sociais no campo. “É inviável um país se desenvolver de maneira efetiva utilizando menos de 5% de suas águas”, enfatiza Rodrigues.
Com a agricultura irrigada emergindo como uma tecnologia estratégica para a segurança hídrica e alimentar, as restrições ao seu acesso representam um obtáculo significativo. A falta de água não apenas compromete a produção de alimentos, mas também perpetua a pobreza e a desigualdade nas regiões rurais.
Rodrigues argumenta que as políticas de outorga precisam ser aprimoradas para refletir as demandas variáveis da agricultura irrigada. “A quantidade irrigada é altamente variável de ano para ano, o que torna a gestão desafiadora”, destaca o pesquisador. Ele enfatiza a necessidade de um olhar sistêmico sobre o problema, envolvendo os usários na discussão e compartilhamento dos riscos.
Além disso, Rodrigues ressalta a importância de uma gestão competente dos recursos hídricos, que promova a segurança hídrica sem incentivar o desperdício. Ele sugere que, com uma abordagem inclusiva e aberta à inovação, é possível às necessidades de todos os usários sem comprometer a disponibilidade hídrica.
A restição de acesso à água para irrigação é um desafio complexo que requer ação imediata e colaborativa. Ao adotar práticas agricólas sustentáveis e promover uma gestão responsável dos recursos hídricos, o Brasil pode enfrentar esse desafio e garantir um futuro mais resiliente para os agricultures e suas comunidades.
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